Uma mãe e madrasta em construção

São Paulo, 3 de maio de 2023

Olá, queridas mamães, eu me chamo Carla, eu já estive por aqui, contando um pouco do meu processo de recomeço.

Após decidir recomeçar a minha vida e fazer as pazes com o meu passado, a vida me apresentou um novo desafio, casar pela segunda vez! É isso mesmo que vocês acabaram de ler e ouvir.

Após três anos de divórcio, eu tinha zero de interesse de voltar a me relacionar com alguém, na minha cabeça existiam fortes crenças de desamor, desvalia e desamparo, os meus pensamentos a respeito de relacionamento amoroso eram bem disfuncionais, e outra, eu estava ótima sozinha, me redescobrindo.

Ocorre que eu sempre gostei de família, casa cheia, almoço de domingo, bolo de cenoura com cobertura de chocolate e cafezinho no final da tarde. E a casa dos meus pais aos domingos é esse ponto de encontro, nos reuníamos lá eu e meus irmãos, cunhadas e sobrinhos, a diversão sempre foi garantida.

Eu costumo observar que minha filhota, em alguns momentos ficava com uma carinha triste em busca de uma referência masculina para chamar de meu. E meu coração ficava partido. Ainda, sim, dentro de mim, tudo fazia parte do nosso processo, eu me esforçava para pensar de forma positiva, essa dor vai passar.

O fato era que eu não tinha intenção de conhecer ninguém eu estava sendo a minha melhor companhia e estava tudo voltando a caminhar bem.

Quando de repente no início de 2020, pós-férias, fomos impactados com o surto da pandemia. O cenário era improvável, estávamos restritos e aprisionadas, pois foi justamente nesse cenário de guerra que Deus começou a reconstruir a minha vida sentimental, não existia intenção nenhuma da minha parte, como sempre compartilho foi natural e brando ao mesmo tempo.

Eu acredito em causas improváveis, porque vivi e vivo o milagre de uma restauração na vida sentimental e na área familiar, eu digo Deus preparou um homem que compartilha da mesma fé, que também havia enfrentado o processo de divórcio e que na ocasião criou os filhos que hoje estão adultos e moram conosco, porque, sim, casamos e hoje somos 5, estamos casados há 1 ano e 10 meses, confesso que introduzir os meus enteados em uma rotina funcional não foi um processo simples para mim e certamente para eles também não, seguimos nas tentativas erros e acertos com abertura para o diálogo amigável e acolher.

A nossa configuração atual da nossa família em construção; moram conosco o meu enteado 21 anos, está na fase de concluir o ensino médio e também está sendo estimulado para escolher uma colocação profissional. Mora conosco, minha enteada, 19 anos, concluiu tardiamente o ensino médio, já está inserida no mercado de trabalho, cheia de dúvidas a respeito de seu futuro, porém com o desejo de fazer uma viagem internacional. A pequena completou 10 anos, é estudante e praticante de atividade física, está construindo uma relação saudável com os jovens adultos e com o padrasto, inclusive eu descobri a recente que ele está famoso na sala de aula, por conta das aventuras que eles constroem no trajeto da escola.

Hoje eu cuido e zelo pela minha família bem de pertinho, está sendo um processo de construção, a cada novo dia, uma nova história a ser escrita. Sem sombra de dúvida abastecemos o nosso lar com doses de amor, limites, flexibilidade e muita paciência, para respeitar as diferenças, o silêncio e a individualidade, certos de que estamos vivendo uma nova fase, com novas experiências e descobertas de crescimento coletivo.

Espero que minha história de mãe e madrasta em construção te inspire!  É possível ressignificar o amor a família é meu maior tesouro.

 Com amor.

  mãe de 34 anos, mãe de uma filha de 10, enteados de 19 e 21 anos.


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