Valorizando as delícias reais da maternidade.

Conselheiro Lafaiete, 12 de setembro de 2022

Querida mãe, espero que esteja em paz, no dia de hoje.

Gostaria hoje de compartilhar com você uma curiosidade. Mas inicialmente gostaria de lhe perguntar se alguma vez você já ouviu e se já falou para alguém a seguinte frase: Ah, você que não é mãe, se fosse saberia o que eu estou sentindo. Ou talvez de uma forma mais direta, digamos, quando você for mãe, você irá me entender.

E se já ouviu ou falou sobre isso, procure lembrar em qual contexto isso aconteceu. Na minha experiência eu me recordo de ter ouvido e acredito que já tenha falado também. E ao me recordar dessas experiências, foram em contextos desafiadores. Contextos em que os sentimentos presentes no papel de mãe, era de angústia, desespero, por não possuir mais argumentos para explicar a situação. Quando ouvi, me passou a sensação de ser quase uma vingança, né? Como é curioso a forma que as dificuldades da maternidade são expressas.

Não sei se você sabe, mas as primeiras 64 cartas recebidas neste projeto foram transformadas em um lindo livro e eu estou estudando o conteúdo destas cartas. No meu estudo identifiquei que uma das palavras mais usadas nas cartas foi o não. Ela aparece 447 vezes, ou seja, quase 7 vezes em cada carta. Então fiquei curiosa e resolvi avaliar quantas vezes aparece a palavra sim, e ela aparece 32 vezes. Isso me deixou com uma pulguinha atras da orelha, entende?

E ao pensar a respeito, me veio a mente essas frases que ouvimos desde criança e que de alguma maneira repetimos. Fiquei então pensando se eu, já havia utilizado essa expressão em uma situação, em um contexto em que senti um amor forte e uma sensação gostosa de ser mãe. Sabe aqueles momentos em que a gente se sente uma bobona, chora por nada, mas de alegria. Que o coração parecer que vai transbordar de tanto carinho, pelo simples fato de olhar para o filho, a filha e reconhecer, sei lá, alguma coisa. Esses momentos de mãe. E percebi que não, nunca ousei fazer.

Então, resolvi experimentar. Há uns dias atras, nós recebemos três amigas da minha filha para uma festa do pijama. E ao olhá-las juntas, alimentando e tomando café e interagindo, olhei para minha filha e fiquei parada com aquela cara de abobada, sorrindo e curtindo a emoção de vê-la crescer e desenvolver. Minha filha percebeu e olhou para mim e disse: ei, mãe, tudo bem? Neste momento meus olhos já estavam marejando e eu disse: sim, filha, tudo ótimo. Estou aqui muito feliz em ver e ouvir o sorriso de vocês, as brincadeiras, a interação. Aí ela me disse: mas mãe, não está acontecendo nada demais. Então, me lembrei da minha proposta em propagar uma nova visão da maternidade e disse: Filha, a vida é feita de momentos. Se você um dia resolver ser mãe, talvez consiga compreender a maravilhosa sensação estou sentindo neste momento e sorri para ela. Ela me olhou nos olhos e me abraçou carinhosamente.

Assim, estou começando a minha jornada em demonstrar para as minhas filhas, as delícias reais e verdadeiras da maternidade.

Com amor, me despeço.

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