Escolhas

Conselheiro Lafaiete, 12 de janeiro de 2024

Olá, como você está hoje? O que é possível escolher no seu dia hoje?

Ah, hoje vou falar sobre escolhas, compartilhar algumas das minhas reflexões a respeito. Ah, como esse tema é lindo e conflituoso para mim. E penso como estimulá-lo no papel de mãe, na minha relação com minhas filhas. Esse é um assunto muito precioso, pois ele se relaciona com algo que eu valorizo muito que é a liberdade.

Quando eu estava estudando a programação neurolinguística há uns anos atrás, em uma das aulas, ouvi algo que bagunçou tudo sabe, aqui dentro. Bom, vocês sabem que nossa memória às vezes nos dá rasteira, né? Então vou trazer aqui o que lembro da conversa. 

A instrutora do curso nos fez refletir sobre o ensinamento acerca das escolhas. De uma forma geral, não aprendemos a escolher e sim obedecer. Foi nos ensinado desde criança a obedecer nossos pais, depois nossos professores. E de repente precisamos escolher. Precisamos escolher o que estudar, nossa profissão, companheiro(a) de vida. Escolhas importantes que impactam toda a nossa vida. Mas como fazer isso se nos foi incentivado desde sempre a seguir alguém, seguir algo, obedecer. 

Eu já pensava um pouco assim, mas essa aula me trouxe com mais clareza o tema. É claro que entendo a importância da obediência, assim como a importância de aprender a escolher.  Então pensei, poxa vida, verdade, quero trazer alguma estratégia para junto as minhas filhas escolherem. Escolha é algo complexo mesmo, pois escolher um caminho implica em abandonar outros. 

E de forma consciente eu resolvi vivenciar junto com elas a prática de uma escolha. Escolher a escola para elas estudarem. Na época uma tinha 11 e a outra 9 anos. Então, eu fiz uma pré-seleção das escolas de acordo com alguns critérios que eu e meu marido estabelecemos. Eu as ajudei a estabelecer os critérios que elas poderiam considerar importantes em uma escola, uma vez que elas é que iriam passar horas no dia naquele ambiente. Alguns critérios foram espaço físico, aula extras, algumas coisas neste sentido.  Criamos uma planilha para elas pontuarem e fomos visitar as escolas. 

Ao término de cada visita nós conversávamos sobre o que elas achavam bom e ruim acerca de cada uma e fizemos uma pontuação. Elas tiveram também a oportunidade de fazer uma aula experimental em uma delas. 

Aí nós sentamos e fomos para a apuração das informações coletadas. A questão foi que cada uma de minhas filhas escolheu uma escola. E claro, eu também tinha a minha preferência, né?

Aquela, cuja escolha coincidiu com a minha, deu tudo certo. 

E aquela cuja escolha não coincidiu com a minha? Eu fiquei daquele jeito, né? Claro que não aceitei e fui conversar com ela e apresentar os meus argumentos. E acreditem, ela ouviu, entendeu e buscou soluções que a mantivesse na escola escolhida e suprisse a minha necessidade. 

E assim, eu fiquei sem argumentos. Não foi fácil aceitar que a minha filha escolheu algo diferente do que eu escolheria. Foi muito difícil aceitar verdadeiramente e de coração as escolhas diferentes da minha filha. Pois todas as escolhas possuem dificuldades. Quando aparecem as dificuldades decorrentes das escolhas diferentes que as minhas filhas fizeram, eu tenho uma vontade enorme de dizer: não te disse. 

Mas aí, eu lembro que ensinar a escolher também é ensinar a lidar com as dificuldades decorrentes desta escolha. Afinal, toda escolha terá sua dificuldade e não julgar, mas sim apoiar. Mas também respeitar a minha história e a minha opinião. 

Então, em silêncio comigo, eu penso. Tudo certo, filha. Essa não seria a minha escolha. Mas é a sua e eu respeito isso. O que você está passando faz parte do seu aprendizado. E não se esqueça, conte comigo para te apoiar. Mas essa bola é sua. Te amo. 

Em outros momentos, penso, poxa, essa oportunidade ela não teria se tivesse seguido o meu conselho. Aí eu penso: “desfrute deste momento, minha filha”!

E assim, vou também aprendendo a fazer as minhas escolhas. Afinal, as escolhas delas me ensinam sobre as minhas próprias escolhas.  

Tenho 46 anos e sou mãe de duas adolescentes de 15 e 13 anos.


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