A dualidade da maternidade

Mariana, 23 de janeiro de 2023

Há poucos dias li o post de uma mãe (Thaís do @maeforadacaixa) dizendo que “o ninho não esvazia de uma hora para a outra”. Eu senti a sua dor ao relatar a primeira virada de ano sem um dos filhos, agora adolescente, dizendo: “Deu saudosismo daquele garotinho serelepe pulando as ondinhas, perguntando se podia ser mais de sete”. 

A mãe relata os pequenos lutos que ela vive com a adolescência do filho e o consequente encerramento de ciclos. Nesta nova fase, em que ele está se tornando um homem, passa a buscar novos caminhos, deixando na rotina da família, pouco a pouco, pequenos buraquinhos que precisarão ser ressignificados: “fins de semana mais sossegados, sem a presença constante dos filhos, sem aquele pequeno caos cheio de mãozinhas pequeninas, de pedidos de colo, de voz de criança cantarolando pela casa ou chamando mamãe enquanto faço o número 2”.

Ao ler o relato senti uma dorzinha no peito… Uma dorzinha de quem vive hoje, com um filho de 07 anos, exatamente isso (e sabe o quanto será doloroso se despedir de cada um desses momentos): beijos e abraços calorosos várias vezes ao dia me dizendo “você é a melhor mãe do mundo”, dancinhas engraçadas que só fazemos entre a gente, ouvir mamãe umas 300 vezes por dia, dando 302 cheiradas no pescoço. É o grude mais gostoso do mundo! A cada dia, ao olhar para ele, sinto uma nova mudança, sutil, mas presente. E sinto o prazer e o orgulho de acompanhar cada modificação e testemunhar o garotinho bacana que ele está se formando. 

Esses dias, fazendo uma transferência de arquivos entre computadores, me deliciei com as fotos e vídeos de quando ele era pequenininho… Meu Deus, quanto fofurice naquelas mãozinhas, bochechas, dentinhos pequeninos e falas incompletas de bebê. E me vi novamente refletindo sobre o relato da Thaís (@maeforadacaixa), pensando no quanto às vezes não conseguimos aproveitar tanto quanto gostaríamos algumas fases dado o cansaço ou a correria que estamos vivendo.

Relatos como esse abrem espaço para a inserção de mais leveza em nosso cotidiano e diria, também, de um maior senso de aproveitamento do tesouro que temos em mãos. Às vezes a nossa autocobrança ou busca por uma maternidade que pouco erre nos enrijecem e aumentam o nosso cansaço a ponto de não nos entregarmos de corpo e alma a cada um desses momentos.

Por isso é tão bom trocar com outras mães, para que o fardo não seja tão grande a ponto de não aproveitarmos plenamente a beleza que tem em cada fase do nosso maternar!

Finalizo essa carta deixando um abraço apertado em cada uma das mães que compartilham sobre o seu maternar, abrindo novos caminhos para que todas sejamos mais felizes nesse lindo ofício de dar e receber amor!

Tenho 39 anos, mãe de um menino de 07 anos.


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