Como chegar em um acordo com o companheiro ou companheira???

Salvador, 17 de janeiro de 2024

Queridas mamães,

Hoje escrevo para compartilhar algo que julgo ser desafiador na educação e criação dos filhos: chegar num acordo com o companheiro sobre certas questões na criação dos filhos. Por exemplo, divisão das tarefas domésticas, mesada, escolha de escola, brincar ou não brincar na rua, entre outros.

O que mais me atormentou por esses dias, foi a divisão das tarefas domésticas. Na minha casa, temos o conceito de que vivemos em comunidade, portanto, cada um tem que contribuir com o que pode e consegue. (Pelo menos é o que eu prego). Abro esses parênteses, pois tenho minhas dúvidas se todos pensam da mesma forma lá em casa.

Explico essa dúvida: ao sentarmos para conversar sobre o que cada criança poderia fazer em casa, conforme sua idade, não foi uma conversa muito fácil. Para criança mais velha, meu companheiro propôs muitas coisas e um aumento na mesada. Óbvio que a criança ficou toda contente. Porém, eu tive que falar sobre o desejo dela ler mais. Ele falou, sobre as notas e o sucesso que espera dela na escola e assim, já questionei: Como ela fará todas essas tarefas e ainda ir bem na escola? Que horário ela vai estudar? 

Houve muita conversa até este ponto. Pensamos nas demais atividades que as outras crianças poderiam fazer e isso tudo com a participação delas. No entanto, sem acordo, pois as questões anteriores não tiveram respostas. E para dificultar questionei a ele sobre suas contribuições em casa, visto que na lista proposta para ela, algumas coisas, era ele quem fazia. Aí encerrou-se o assunto. Pretendo retornar, mas quando todos estiverem com a cabeça mais leve.

No entanto, eu fico até com receio em tocar nesse e em outros assuntos. Sei que viemos de famílias diferentes, educação diferente e temos visões diferentes. Que de certa forma, em alguns momentos pode ser bom, porém, em outros não. E por fim, eu escolho fazer do que conversar e discutir.. 

Aparentemente é o caminho mais pacífico, só que no fim do dia, eu estou o verdadeiro “bagaço” e, é com isso que fico mais irritada. E o sentido de comunidade??? Cadê?

Uns assistindo televisão, brincando, se divertindo e, eu cozinhando, lavando, pegando roupa, colocando para lavar, pensando nas consultas para agendar, carro para arrumar, e mais um monte… isso está certo? É viver em comunidade? Se é, não é a que eu quero. Mas é muito, muito difícil conversar, falar e insistir na mudança.

Ah! E tem outra coisa que é a pior: o marido percebe que estou atarefada e pede para as filhas ajudarem, mas ele mesmo, não sai do sofá. Que raiva!!! Meu rosto demonstra claramente essa raiva. E já questionei a ele: é esse tipo de marido ou esposa que você espera para suas filhas? O que manda elas fazerem as coisas e elas obedecem, enquanto ele fica sentado, descansando?

Há dias que elas dizem não, choram, e eu acabo fazendo tudo, pois realmente não concordo com a situação. Acredito que temos que aprender a fazer de tudo um pouco, para não ficarmos dependentes dos outros e é isso que tento ensinar a elas. Só que sou totalmente contra a não dividir os trabalhos.

Às vezes, quando sou surpreendida com roupas no varal, colocadas pela minha filha, louças lavadas pela outra e assim, vai! Ah! E o marido? Colabora, sim, mas no dia que quer. Em especial, quando quer algo. Ou quando se julga descansado. 

Acabou que foquei na divisão das tarefas domésticas, mas posso escrever outra carta sobre a dificuldade em chegar a um acordo sobre outros assuntos e peço a Deus sabedoria para mim e meu marido, pois sei que assim que as crianças crescem, novos desafios surgem.

Mamães, eu trago esta carta, mais como um desabafo. Esperem que não me julguem. Sou totalmente aberta às sugestões. Sei que minha realidade é mais comum do que eu imagino, pois sinto isso em conversa com outras mães. Penso que cada uma lida com tudo de forma diferente. Juntas, acho que podemos ajudar umas às outras.

Com carinho,

Mãe de 38 anos, de três filhas (11, 8 e 4 anos).


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