Amamentação

São Paulo, 13 de setembro de 2023

Olá, mães

Desde pequena sonhava em casar e ter uma linda família. Casei-me muito jovem, cheia de ideais e ilusões.

Quando engravidei do segundo filho, foi uma alegria geral! Tínhamos 1 menina. Torcíamos agora por um menino

Nasceu um garoto lindo, forte e saudável.

Sorridente que só!

Voltando para casa, ao abrir a porta do quarto da minha filha, vejo-a com os lábios vermelhos de febre, rostinho sofrido ao levantar o olhar para mim.

Lembro-me muito bem desta cena. Corremos ao médico. Garganta inflamada. Antibiótico receitado e necessidade de operar as amígdalas assim que possível.

E o bebê recém-nascido?.

Como atendê-lo?

Assim, meu leite secou. Foi tanto estresse, receio de não saber se daria conta da demanda… mal sabia eu o que ainda estaria por vir, mas isto fica para outro relato.

Reconhecer, ser uma só, que dar conta de tudo era impossível. E como aceitar que meu bebê recém-nascido seria prejudicado? Como substituir a amamentação por mamadeira, e não me sentir falhando como mãe?

Foi um período doloroso, onde me senti uma mãe fracassada!

O peito murchou e dele nada mais saia.

Creio que neste período, a sabedoria inata dos bebês, foi o que me ajudou a reconhecer que poderia dar mamadeira com amor e afeto.

Foi um desafio, navegar pelo sentimento de insuficiência, e mesmo assim, continuar minha travessia como mãe, e que nem só de amamentação de peito, é que se acompanha uma criança em desenvolvimento.

O desafio foi ser uma “moãe suficientemente boa”, como dizia o pediatra britânico Donald Woods Winnicott( (1896-1971, Inglaterra).

Com o tempo, pude aceitar que fazemos sempre o possível para que os filhos caminhem bem, e sei que amamentar é importante, física e psiquicamente. Mas nada substitui, o amor e a presença sincera de uma mãe, com defeitos, dificuldades, mas também virtudes, acompanhando o crescimento de cada filho, com suas características e particularidades.

Sempre lembrando que deve existir espaço para cada uma de nós, com nossas peculiaridades, acertos e erros!

Tenho 72 anos, uma filha de 50 e dois filhos com 48 e 47. Tenho também uma netinha de 11 anos


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