Rondinha, 31 de julho de 2023.
A todos as mães solo,
A notícia de uma gravidez por vezes é assustadora. Lembro com detalhes do dia em que recebi o resultado da minha primeira gravidez. Recordo das emoções conflituosas que me dominaram: a alegria de perceber que não estava mais sozinha e a incerteza de saber se daria conta de ser mãe.
Me tornei mãe solo aos 21 anos e precisei reorganizar a minha vida. Deixei de lado alguns sonhos e passei a sonhar outros. Senti na pele discriminação e preconceito de uma sociedade conservadora e hipócrita, na qual as pessoas se acham no direito de julgar o próximo. Mesmo assim assumi o papel da maternidade com a certeza de que faria o meu melhor.
A jornada foi desafiadora e muitas vezes mais solitária do que gostaria. Precisei de muita bravura para assumir sozinha a responsabilidade de criar e cuidar do meu filho. Revivendo minha história vejo que, mesmo com todas as dificuldades e tropeços, consegui cumprir com êxito minha missão.
Quantas dúvidas ou até mesmo fraquezas senti durante o percurso. Quantas vezes o medo foi meu companheiro quando duvidava da minha competência de estar fazendo bem feito. Muitas vezes queria ser abraçada e ter alguém que me dissesse: “Vai ficar tudo bem.” Por sentir sob a pele a quão desafiadora é a maternidade, solo quis escrever e compartilhar com cada uma de vocês um pouco das minhas memórias.
Quero que saibam que admiro a coragem de cada uma em assumir a maternidade. Sei que nem todos os dias são fáceis e que você enfrenta desafios que muitas pessoas não conseguem compreender plenamente. Mas acredite, você está fazendo um trabalho maravilhoso.
Você é uma verdadeira inspiração para seus filhos. Eles têm em você um exemplo de força, resiliência e amor incondicional. Você ensina lições valiosas sobre superação, empatia e compaixão, habilidades que eles levarão para toda a vida. Lembre-se de que seu papel como mãe é extraordinário e o impacto que você tem na vida de seus filhos é imenso.
Muitas vezes nos questionamos se estamos fazendo bem o nosso papel. Nos preocupamos com as consequências da ausência paterna na vida dos nossos filhos. Quando isso acontece, lembre-se de como você já superou tantos obstáculos. Acredite em si e saiba que você é mais forte do que imagina. Confie em sua intuição de mãe e faça as escolhas que acredita serem as melhores para seus filhos.
Você está fazendo um trabalho incrível. Seus filhos têm uma mãe maravilhosa, que está fazendo o seu melhor para proporcionar um lar seguro e acolhedor. Não se compare a outros modelos de família, pois cada família é única e especial a sua maneira.
Tenha confiança em sua competência e não tenha medo de pedir ajuda quando precisar. Não se cobre pela perfeição, pois todas as mães cometem erros. O importante é que você esteja presente, ame e apoie seus filhos, e esteja lá para eles nos momentos de alegria e nas adversidades.
Lembre-se de que você é uma mulher forte e corajosa. Você tem a capacidade de superar qualquer desafio que surja em seu caminho. Nunca duvide do seu valor. Afinal somos solo – que nutre, acolhe, dá vida e acima de tudo que ama.
Com todo meu carinho e respeito.
De uma mulher que viveu a experiência de ser mãe solo,
48 anos, mãe de dois filhos
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