Carta de uma mãe aprendente

Rondinha, 01 de julho de 2023.

Querida mãe aprendente,

Hoje o dia aqui na minha terra amanheceu com muita neblina e me fez pensar que a nossa vida é como uma manhã de nevoeiro. Algumas vezes nós conhecemos o caminho que vamos trilhar. Outras vezes não e precisamos nos arriscar fazer a rota reconhecendo a estrada a cada passo. Na maternidade é igual. Nós podemos ler muitos livros, conversar com muitas pessoas, mas é na experiência diária que nós vamos nos transformando e conhecendo o que é ser mãe. O que é educar filhos e o quanto nossa escolha exige doação, renúncia e amor.

Na medida que damos nossos passos vamos conhecendo diferentes nuances da “missão ser mãe”. E percebemos que nem sempre é fácil. Tem dias que a vontade é de jogar a toalha e desistir, de tão exaustas que estamos. Tem outros, que ao ser abraçadas e amadas, nos sentimos nutridas para nos manter firmes no nosso propósito e persistir na educação de nossos filhos, afinal queremos torná-los fortes para viver nesse mundo em constante mudanças.

Tenho olhado com muita atenção para a minha experiência como mãe. Muitas vezes me questiono: “Será que tenho feito um bom trabalho?” Me vejo, em alguns momentos, refletindo sobre os erros que cometi ao longo desta caminhada e me pergunto, como teria sido se eu tivesse feito isso ao invés daquilo. Isso me deixa melancólica ao mesmo tempo, em que sei que nos transformamos e aprendemos a partir das nossas experiências. São elas que nos moldam, nos fortalecem e nos ensinam que erros são oportunidades de aprender a não seguir a mesma direção. Há momentos que precisamos mudar de trilha.

Quando isso acontece eu lembro que não existe uma mãe perfeita. Essa certeza tem me feito entender que buscar a perfeição não é o caminho. E que cada uma de nós tem suas próprias imperfeições e comete erros ao longo desta jornada em busca de uma maternidade consciente. Que o importante é aprender com essas experiências e continuar crescendo com nossos filhos nos tornando mães melhores apesar e com as nossas imperfeições.

Quando vi a neblina que cobria a cidade através da sacada aqui de casa, me lembrei das experiências vividas com meus filhos. Viajei palas fases que eles já passaram ou estão passando: infância, adolescência e vida adulta e percebi que a nossa vida reflete muito as constantes mudanças que acontecem na natureza. A cada fase é como se uma névoa encobrisse nossa visão: não vemos com clareza e muitas vezes não reconhecemos aquele ser humano que convive conosco na mesma casa. É importante nessa hora, ir ao encontro, nos aproximar, estender a mão e puxar para o abraço para ver de perto o que está acontecendo e para (re)conhecer nossos filhos no novo lugar que estão vivendo.

Não deixar que os desafios obscureçam a beleza da maternidade é uma tarefa árdua. Cada sorriso, cada abraço e cada momento compartilhado fazem tudo valer a pena. Nem sempre seremos a pessoa que nossos filhos mais vão amar e admirar, mas com certeza nosso amor é o que os guiará pelo resto de suas vidas.

Precisamos nos manter fortes e confiar em nós mesmas para continuar sendo a mãe que somos. Sempre lembrando que, mesmo nos dias mais difíceis, temos capacidade de superar qualquer desafio ou obstáculo que surja em nossa jornada.

Com todo o meu amor e apoio,

Mãe de 48 anos, de dois filhos 


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