Conselheiro Lafaiete, 20 outubro de 2022
Querida mãe,
Bom dia, vou contar um pouquinho da minha história. Sempre fui muito focada em ter minha independência financeira. Me formei, fui trabalhar, tive muitas oportunidades para aprender, viajar. Casamento, filhos eram requisitos que algum momento eu pensaria, mas não eram minha prioridade. Tive poucos namorados, mas um em especial se tornou o meu marido. Tivemos ida, voltas, em função de trabalho, viagens até que quando estava morando no Rio, resolvemos ceder na área profissional um pouco para nos casarmos… Uma excelente decisão que tomei. Com medo, insegura, mas já tinha adiado muito a decisão de cuidar da minha vida pessoal e não só me preocupar com o trabalho.
Após três anos de casada, eu que sempre fui a amiga, a tia das filhas e filhos de amigas, a madrinha, comecei a pensar se eu teria condições de ter um filho. Se teria a maturidade. O meu marido sempre comentava que eu teria quando eu decidisse. Passou o tempo, parei de tomar remédio, passou mais um ano e nada. Comecei a fazer exames e descobri que com 42 anos minha chance de engravidar seria baixa e mais, tinha uma trompa obstruída… Logo que saí do consultório, fui dar a notícia para meu marido que me apoiou e disse vamos prosseguir com o tratamento e seguir com nossa vida… Se tiver de vir será quando Deus determinar.
Passamos por várias clínicas conceituadas e sempre ouvia, você está com óvulos velhos e o melhor é fazer inseminação. Sem contar o comércio envolvido neste assunto, por a garantia ser quase zero e o tratamento muito delicado tanto para o corpo como para a cabeça. Descobrimos que, no nosso caso, seria melhor não ser óvulos meus… Então desistimos e seguimos nossa vida… Depois de dois anos com 44 anos, vim a minha cidade natal, Conselheiro Lafaiete, para comemorar meu aniversário com amigos na Fazenda da Lagoa. Aproveitei muito, andei de quadriciclo e do nada me deu uma vontade de comer um prato de tutu de feijão. Como fiz redução de estômago há mais de 10 anos, como pouco. Mas esse dia eu comi muito, mais do que podia e passei mal depois. Pensei… Hum deve estar relacionado a minha menstruação ou comi demais… Estava focada em mudar minha vida planejando ir embora do Brasil e comecei a fazer exames de rotina. Foi identificado uma alteração na trompa em um exame de ultrassom, me recomendaram procurar um especialista, pois poderia se tratar de uma caso cirúrgico. Quando levei este exame para medicina da empresa onde trabalhava, o médico pediu mais uns exames e a Aninha, enfermeira e minha amiga de anos, me disse para comprar um teste de farmácia de gravidez. Eu disse para quê? Sem chance. Mas voltei com aquilo me incomodando e não gosto de ficar com algo sem resposta. Passei na farmácia comprei dois de uma vez, pois se fizesse errado tentava de novo… Mas para não dar falsas esperanças, nem comentei com meu marido, porque na minha cabeça, eu já sabia a resposta.
Em um belo domingo acordei as cinco da manhã fiz os teste e todos deram positivos, aí corri mostrei para meu marido e disse acho que tem algo errado. É bom investigarmos devido ao problema que deu no ultrassom. Fomos para o hospital, fui atendida pela equipe do meu médico da redução de estômago e mais uma ginecologista. Foram solicitados vários exames, ficamos de papo no hospital, fazendo lanchinhos, conversando, e quando saiu o resultado eles me chamaram e me deram a notícia que estava grávida de um mês. Era uma gravidez de risco pela minha idade e que precisaria de acompanhamento com especialista. Fiquei sem entender nada, meu marido muito feliz e eu ainda processando a informação, muito feliz e sem entender nada. Saímos dali e fomos para primeira igreja, agradecer pelo presente de Deus!!
A gravidez correu com todos os cuidados, desde que recebeu a notícia meu marido disse que seria uma menina e realmente eu gostaria de uma menina, mas depois da descoberta o que eu pedia era sempre que viesse com saúde. A gravidez foi muito tranquila, com todos os cuidados básicos e chegou o grande dia… completamos 40 semanas e chegou nossa amada Laurinha. Com certeza descobri o que é o amor de verdade, minha filha, meu tesouro, meu bem maior, meu presente de Deus, sou muito grata por ter nossa filha, por aprender a cada dia e por me descobrir mãe. Como mudamos, crescemos, realmente descobrimos um instinto muito aguçado e muito amor no coração, agradeço a Deus pela minha filha, pelo amor do Gilberto, pela minha família e pelo amor que Laurinha foi recebida por todos que no cercam, vale cada sorriso, cada momento de felicidade! Gratidão!!
Beijos,
Monique Nassif, 48 anos, mãe de uma menina de 4 anos.
GOSTOU DA CARTA E QUER ENVIAR UMA PRA GENTE?
Diário da Mãe em Construção 