Depressão

Mariana,11 de novembro de 2022.

Sempre sonhei em ser mãe… Era algo que falava muito forte ao meu coração desde muito cedo. Me sentia pronta para viver esse sonho, e ele se realizou em abril de 2015. Sete dias depois do nascimento do meu filho, fui diagnosticada com depressão pós-parto. Eu não conseguia entender. Sonhei tanto com aquele momento, e estava completamente perdida em meio aos meus sentimentos. O choro vinha sem motivos, e ficava ali por muito tempo. Eu não me enxergava ao me olhar no espelho. Sentia um vazio que meu filho não conseguia completar… E aquilo parecia estar me matando lentamente… Meu bebê chorava muito, e de hora em hora eu precisava alimentá-lo. Isso consumia minhas noites, meus dias, e gradualmente fui me entregando a depressão. Fugia de lugares, de pessoas, só queria ficar em casa, tentando entender o porquê. Perdi peso, cabelo, e autoestima. Meu bebê crescia e eu não sentia conexão com ele… Nunca procurei ajuda, apesar do médico sempre insistir que eu deveria, que eu precisava. Deus sempre foi meu remédio, minha companhia, meu amigo, meu confidente e sempre será, mas 7 anos depois, ainda me sinto perdida, buscando respostas que talvez eu nunca encontre. Me dei conta de que adiei por tempo demais essa busca por ajuda. Negligenciei minha saúde, meu bem-estar… E agora percebo que meu filho pode estar sofrendo as consequências desse ato. Quero dar um basta, e sei que só depende de mim. Trata-se de um longo caminho, mas tenho fé de que vai valer a pena… Se você passou ou está passando por isso, receba meu carinho e admiração, você nunca esteve, nunca estará só.

Um grande abraço,

Fabiana, 35 anos, mãe de um menino de 7 anos.


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