Na paternidade ou no relacionamento, a comunicação é a chave.

Conselheiro Lafaiete, agosto de 2022

Prezados Papais e Mamães, como é nova a experiência da chegada de um ser indefeso e tão dependente de nós, principalmente quando este é o primeiro filho.

Meu nome é Guilherme, sou marido da Lidiana e pai da Luiza e do Mateus.

Tínhamos dois anos de casados quando recebemos nosso primeiro presente. Luiza nasceu em outubro de 2014. Fiquei alguns dias em casa, mas logo voltei ao trabalho. Tivemos ajuda da minha sogra por três meses. Naquela época eu acreditava que ajudava, que era participativo, já que dava banho, trocava fraldas, levava para vacinar, apesar de não acordar a noite já que a amamentação era exclusivamente peito e a mamãe dava conta do recado.

Apesar de cuidadoso (no meu ponto de vista) percebia um certo receio da mamãe ao deixar a filha com o papai. Este receio pode ter vindo do espírito protetor das fêmeas em relação à cria. Acabei me deixando levar pelo sentimento de que ela daria conta de tudo e passei a deixá-la tomar as rédeas. Possivelmente esta atitude criou um hiato silencioso na divisão de tarefas e no relacionamento.

O tempo passou. Aprendemos a dialogar sobre como seria ter um segundo filho. A visão de cada um sobre o outro e sobre si mesmo. Este foi o momento da percepção do quanto é saudável se relacionar de verdade, dialogar abertamente sobre o que é importante para cada um (como casal e como pais) e até mesmo quais os seus medos. Ouvir o outro e conectar os sentimentos.

Somos a soma ou a subtração de nossas diferenças, o resultado desta equação depende dos envolvidos.

Às vezes queremos que o outro se adapte a nós, mas não queremos nos adaptar ao outro. Este esforço tem que ser mútuo, caso contrário o relacionamento não acontece. Apesar do amor envolvido, estes ajustes precisavam ser feitos. Assim nos abrimos para um novo ciclo.

Em 2022 chegou a hora do Mateus. Gestação segura e bem monitorada. Tudo certo até o momento do parto. Mateus antecipou em 04 dias seu nascimento. Mal sabíamos que ele estava dando sinal de que precisava nascer aqui por perto mesmo, na FOB em Ouro Branco, onde tivemos parentes e amigos que nos deram suporte no momento mais difícil que passamos.

Lidiana teve complicações que a levaram pós-parto novamente para a sala de cirurgia e em seguida para longos 06 dias no CTI. Recebemos apoio de muitos. Além dos amigos e parentes, o time do hospital foi sensacional. Com um total de 12 dias hospitalizada, na terça-feira de carnaval ela teve alta e pode, graças a Deus, finalmente estar com Mateus e reencontrar Luiza.

No momento em que minha esposa voltou para o bloco cirúrgico, me vi com Mateus no quarto do Hospital e pude refletir, mais do que nunca, sobre o importante papel dos Pais na relação com os filhos. Ali erámos só nós dois. Conversávamos bastante. Falava com ele sobre a saudade que estava da irmã, que ele teria que me ajudar a ser o melhor pai que eu poderia… que o momento ia passar e que logo estaríamos com a mamãe e a irmãzinha. Pra dizer a verdade, estava com muito medo de tudo que estava acontecendo, mas sempre com fé e acreditando que superaríamos todos juntos aquela situação.

Resumindo, Mateus teve alta do hospital uma semana antes da mãe. Ficamos na casa da minha sogra, onde tivemos o apoio de nossos familiares. A todos eles nossa mais pura gratidão!

Vale mencionar a difícil decisão de chegar em Lafaiete com o Mateus (Lidiana ainda no CTI) e não poder ver a Luiza, já que optamos por poupá-la do acontecido e ela ficou na casa de amigos para poder continuar frequentando às aulas e brincar. Como é bom ter amigos!

Talvez no futuro contaremos o que houve para nossos filhos. Hoje a ideia é somente curtir cada momento juntos, agradecer mais do que pedir e entender que estamos aqui para ouvir e contar histórias e ideias que possam auxiliar ao próximo a viver melhor e com mais leveza, sem nunca se esquecer que somos instrumentos de Deus na terra.

Duas gestações, dois presentes divinos, evolução como casal e pais; momentos que revisitamos com frequência para não nos deixar levar pelo automatismo do dia a dia, sempre com sentimento de gratidão e buscando identificar nosso papel no ambiente em que estamos inseridos, bem com saber pedir e dar ajuda para melhor convivência, enfim, saber amar.

Que nós pais nos joguemos nessa viagem junto de nossas parceiras e/ou mães de nossos filhos e saibamos curtir este momento, já que como dizem os mais velhos… passa rápido e daqui a pouco eles saem de casa.

Ah, vale lembrar que hoje a mamãe confia mais a entrega dos filhos ao papai…kkkkkk

Guilherme, pai da Luiza e do Mateus.  


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